A Casa sem Fim III - O inicio do fim (parte 1)


David tropeçou confuso na cadeira. Ele não se lembrava de quase nada que aconteceu nas ultimas horas, tudo estava como um borrão. Imagens fantasmagóricas que esporadicamente atravessam sua mente, lentamente lembrando-lhe de que ele está esquecendo-se de coisas para trás. Ele tirou seu telefone do bolso e discou ao 911. Não havia nenhuma maneira que ele pudesse explicar o que estava acontecendo, mas por alguma razão a sua primeira reação foi ligar eles - talvez eles pudessem ir lá e confirmar que é uma casa normal e nada mais. Eles poderiam acalmar sua mente e ele poderia ir para sua casa e viver uma vida normal com a...


Então ele levantou-se subitamente, ele correu por toda sua casa, todos os quartos, todas direções, David pegou seu telefone e discou para o número de Maggie.




[Chamando...]


-Vamos... Vamos atenda... Vamos...


[Mensagem de voz...].


-Oi, aqui é Maggie, desculpe não pode atender agora, deixe sua mensagem após o bip e... Nunca

retorne a Casa sem fim.


[Fim da mensagem de voz.].


Ele pisou no acelerador e em poucos instantes ele voltou para frente da maldita casa. Maggie. Maggie está lá dentro. Enquanto corria ele mexia no celular, procurando mensagens antigas que ele sabia ter enviado. Mas não nada.  Haviam mensagens recebidas do celular de Maggie, mas todas estavam em branco. David xingou baixinho quando ele chegou à porta. Ele girou a maçaneta, mas não adiantou. Ele tentou com as duas mãos, ele bateu agressivamente na porta, gritando o nome de Maggie.


Nada.


Seus punhos estavam vermelhos e ardendo, então David caiu de joelho, com as palmas arrastando para baixo da porta enquanto caia. Depois de alguns instantes, David sentiu seus olhos arderem. Ele era o motivo dela estar lá dentro. A mulher que ele ama entrou lá para salvá-lo e ela ficou em seu lugar. Ele tinha que encontrar uma maneira de entrar. Tinha que haver outra maneira dele entrar. David ficou de joelhos recuperando sua energia, mas antes que ele pudesse se mover ele sentiu seu celular vibrar. Era uma mensagem, e olhando o autor da mensagem lhe deu um alivio.

Era uma mensagem de Peter... Peter Terry. Talvez ele pudesse ajudar.


- Hey Dave. Você está bem? Não tenho noticias suas há um bom tempo.


- Peter. Jesus... Onde você está?


- Eu estou na casa bro. Eu estou te procurando. Eu te disse para não vir.


 - Isso é passado agora, mas Peter, eu preciso entrar novamente na casa, você sabe como?


- Dê a volta na casa, há um carvalho ao lado da casa com uma porta escondida em sua base. Vá até lá, é uma entrada de serviço.


- Porque diabos este lugar precisa de uma entrada de serviço?


-Basta ir até a árvore cara. Eu estou tentando ajuda-lo.


David não teve tempo de perguntar mais nada. Ele saiu correndo da varando para outra extremidade da casa, saltando sobre a grade lateral e caindo do outro lado de uma pilha de folhas secas. Ele podia ver a tal árvore, ela não estava longe, ou talvez estivesse... Era tão grande a percepção de profundidade que era difícil descobrir. Ele correu para o lado  e lá estava a pequena porta de madeira no chão abaixo dele, como uma daquelas velhas portas que costumava ter em adegas ou porões. David olhou em volta e para trás. Ele não tinha ideia de porque ele estava fazendo isso. Ele só tinha uma sensação de era isso que tinha que se fazer. Ele balançou e puxou a alça. As dobradiças enferrujadas não ajudaram, mas depois de algumas puxadas ela cedeu e revelou a escuridão abaixo. Com um suspiro pesado, David lentamente fez seu caminho para baixo.


Jesus, estava muito escuro. Mas logo David foi atingido por um cheiro que tornava a escuridão a menor de suas preocupações. Era algo como cabelo queimado coberto de merda e mofo. Ele cuspiu no chão, ele não conseguia se adaptar com um cheiro desses. David pegou seu telefone e usou como lanterna, não era muito forte, mas pelo menos era o suficiente para enxergar as paredes circundantes.

Olhando ao redor da penumbra, David notou algo estranho. Ele não estava em túneis subterrâneos, para ser justo, mas ele percebeu a sujeira na parede com lama ou algo parecido. Ele não conseguia ver o que era, mas não era nada que poderia ser feito por mãos humanas, nem sujeiras que se formam sozinhas. A curiosidade tomou conta dele, e com seu telefone ainda mal iluminando, ele subiu a uma das paredes laterais. Ele tinha que chegar mais perto para poder ver, com o telefone quase tocando a parede, os olhos de David se arregalaram.


Não. Não pode ser... Com a outra mão, David removeu um pedaço dessa sujeira, era algo sólido. Ele se lembrou do cheiro e agora sabia sua origem. Era carne. As paredes desse túnel estavam cobertas de pele queimada. David foi se movendo com o telefone seguindo a luz. Ele viu áreas onde diferentes peles foram costuradas com alguma coisa metálica e áspera, quase como cabo de cobre. Seu estômago começou a se contorcer de nojo. Era um rosto. Um rosto humano, a pele de um rosto humano, arrancada e esticada com os olhos e bocas costuradas. O nariz foi removido e o orifício que foi deixado para trás estava bem saturada. Talvez fosse o cheiro, ou a tal visão presente, mas David não poderia aguentar. Com um solavanco, ele se virou para o outro lado e vomitou no chão.


O túnel passou há muito tempo. O que era mais provável que fosse há apenas alguns minutos atrás pareceram horas para David. Ele tinha que entrar e salvar Maggie. Nada mais importava. Peter era amigo dele, mas Maggie era a primeira a ser salva. Peter poderia apodrecer lá dentro se for necessário.


Porém, ele era o único que parecia ajudar, ele conhecia esses caminhos. Esse debate mental na cabeça de David depois ficou para trás. Porque depois de andar mais um pouco, ele se virou e estava cara a cara com nada.  Confuso David estendeu a mão com celular para a escuridão. Nada. Nada, exceto uma parede. Uma parede que não estava lá há um minuto, apenas uma parede coberta de carne humana. David gritou e bateu contra a parede na frente dele. O salão estava encolhendo. Prendendo-o enquanto ele andou. Ele só estava no túnel de serviço, mas já estava na casa, e reconhecia essas armadilhas, a casa estava feliz em tê-lo de volta.


Antes isso assustaria David, mas não naquele momento. Ele já tinha estado nesse lugar e sabia do que essa casa era capaz, ele foi submetido a experiências de testes de sanidade imagináveis. Ele tinha visto de tudo, ou pelo menos ele pensava assim. Enquanto ele caminhava, David podia ver a parede atrás dele se movendo, impedindo-o de voltar. A moagem e o barulho da carne se torcendo sobre si o fez sentir enjoado de novo, mas ele só acelerou seu caminho. Depois de um momento, ele ouviu algo que o fez para em sua trilha. Era uma voz. Uma voz feminina, mas não era de Maggie.


- Por que você voltou? Por que você voltou?


David estava ali, congelado. A voz parecia vir de todos os lugares.


- Por que você voltou? Por quê? – O som foi chegando mais perto e David e David se preparou para a parede traseira começar a empurra-lo. Logo ele ouviu os passos de alguém correndo em direção dele. Então ele a viu. A menina, não mais de treze anos, correndo até ele gritando sua constante pergunta. David estava atordoado demais para reagir. A menina correu até ele e começou a bater em seu peito com os punhos fechados, doeu no começo mas foi enfraquecendo conforme a menina mimada  perdia seu tempo.


- Ora David... Por que você voltou?


A menina caiu de joelhos na frente dele, com um soco final contra a perna dele. David ficou ali em choque, com as mãos ligeiramente levantas e tensas. Seu medo começou a diminuir. Ela claramente não era uma ameaça e não parecia um fantasma ou algo assim.


- Hey – Ele começou. – Está tudo bem. Quem é você?


A menina saltou levemente em suas palavras. Lentamente, ela levantou a cabeça e olhou para David. Seu coração afundou quando viu seu rosto. Não havia olhos. Absolutamente sem olhos. Apenas uma orbita negra. E quando ela falava, ele podia ver dentro de sua boca. Sem língua e sem dentes, apenas um vazio.



- Você veio para nos salvar... Não é?


(continua...)

3 comentários:

Mangá disse...

q fodaa.porfavor quando tiver o 4 posta aq.

Unknown disse...

Sigma faz uma creepypasta desse conto por favor e posta no seu canal, eu só tinha assistido o 1 e o 2

silvalindacy2003@gmail.com disse...

Amo esse conto. Sensacional!!!

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